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Tudo que você precisa saber para trabalhar com Inteligência Artificial

O mercado para profissionais com bagagem em inteligência artificial não para de crescer. Em fevereiro, a ONU informou que os números de pedidos de patentes para inovações baseadas em inteligência artificial aumentaram exponencialmente nos últimos anos.

O estudo de inteligência artificial começou, ainda na década de 50 na Universidade de Carnegie Mellon, nos EUA. De lá pra cá muita coisa mudou. Na época, o objetivo dos pesquisadores pioneiros, Hebert Simon, Allen Newell e Jonh McCarthy era criar um “ser” que simulasse uma vida humana.

Hoje, a inteligência artificial sustenta a automação de muitos negócios, com software que aprende a tomar as melhores decisões analisando os dados gerados de decisões anteriores.

Na prática, a inteligência artificial já habita um amplo espectro de nossas rotinas. Seja com a recomendação de músicas no Spotify seja com o melhor caminho para você chegar ao trabalho através do Waze.

Mas para aqueles que desejam trabalhar na área, por onde começar? Afinal, o conhecimento em inteligência artificial é muito amplo e exigido em cargos que vão desde um Cientista de Dados até um Engenheiro Aeroespacial. Aqueles com habilidades para analisar, organizar e traduzir bits de informação digital em experiências humanas significativas, certamente vão encontrar na carreira de inteligência artificial uma oportunidade recompensadora.

Por esse motivo, a redação do IT Trends preparou um guia completo, com tudo que você precisa saber para trabalhar com Inteligência Artificial. Confira.

Carreiras em inteligência artificial

De acordo com o Computer Science Degree Hub, carreiras em inteligência artificial podem ser encontradas em diversos ambientes, como empresas públicas e privadas, organizações educacionais, artes, instalações de saúde, agências governamentais e militares, entre outros.

Em alguns desses ambientes, as vagas podem exigir alto nível de responsabilidade e segurança, principalmente quando se trata de dados, dependendo da sensibilidade das informações, empresas podem até exigir certificações em segurança.

Confira a lista de cargos com atuação em inteligência artificial:

  • Analistas e Desenvolvedores de softwares e sistemas;
  • Cientistas e Engenheiros da computação;
  • Cientistas e Engenheiros de Machine Learning;
  • Cientistas e Engenheiros de aplicações e plataformas;
  • Cientistas e Engenheiros de Integração de Hardware;
  • Arquiteto de Dados;
  • Especialistas em algoritmos;
  • Cientistas de pesquisa e consultores de engenharia;
  • Engenheiros mecânicos e técnicos de manutenção;
  • Engenheiros elétricos e de manufatura;
  • Técnicos cirúrgicos trabalhando com ferramentas robóticas;
  • Profissionais de saúde médicos que trabalham com membros artificiais, próteses, aparelhos auditivos e dispositivos de restauração da visão;
  • Eletricistas militares e de aviação que trabalham com simuladores de voo, drones e armamentos;
  • Designers gráficos, músicos digitais, produtores de entretenimento, fabricantes de têxteis e arquitetos;
  • Professores pós-secundários em escolas técnicas e comerciais, centros vocacionais e universidades;

Conhecimentos e habilidades exigidos

Uma carreira em inteligência artificial é caracterizada pelo contato muito próximo com a automação, robótica, programação, algoritmos e uso de softwares específicos, sendo assim necessário que o interessado tenha disposição para adotar esses conceitos no seu dia a dia. No entanto, para adotar esses conceitos na rotina é necessário conhecimentos básicos e fundamentais, como matemática, tecnologia, lógica e engenharia.

Trabalhar com inteligência artificial exige também características comportamentais, como pensamento analítico e capacidade de resolver problemas com soluções eficientes e sustentáveis.

Os profissionais de inteligência artificial devem ser capazes de traduzir informações altamente técnicas, de modo que outras pessoas e colegas possam entender. Isso requer habilidades de comunicação interpessoal além de eficiência em trabalhos em equipe.

É importante lembrar que cada cargo, empresa ou área de atuação dentro da inteligência artificial pode ter exigências de conhecimentos específicos para a vaga. Os interessados em uma carreia em inteligência artificial devem investigar quais são os conhecimentos necessários para cada vaga, individualmente.

Educação

Mesmo que a área de tecnologia seja aberta para profissionais sem diplomas de ensino tradicional, inteligência artificial é um conceito muito discutido na academia, sendo um diferencial, um curso superior, mesmo para cargos de entrada.

Para trabalhar com inteligência artificial é necessário conhecimentos básicos em informática, matemática e lógica de computadores, que é a fundação da maioria dos programas de inteligência artificial.

É interessante também, procurar se especializar com cursos específicos da área. Diversas instituições de ensino oferecem cursos de pós-graduação em inteligência artificial. A FIAP por exemplo, oferece o programa de MBA: Artificial Intelligence & Machine Learning onde os alunos estudam majoritariamente:

  • História da inteligência artificial
  • Tipos de aprendizagem e algoritmos: aprendizagem e algoritmos por reforço, aprendizagem e algoritmos não supervisionados e aprendizagem e algoritmos supervisionados.
  • Heurísticas e meta-heurísticas de busca.
  • Deep learning e reinforcement Learning.
  • Redes neurais, convolucionais, recorrentes e recursivas
  • Manipulação de dados com Python e R
  • Modelagem de dados e big data
  • Indexação de documentos, text mining, cluster e chatbot.
  • Visão computacional, manipulação e segmentação de imagens, realidade aumentada
  • Conceitos de robótica e smart devices
  • Empreendedorismo

Outro exemplo é o curso “Inteligência Artificial em saúde: o uso de machine learning em saúde”, que é oferecido de forma completamente gratuita pela Universidade de São Paulo (USP) e ministrado pelo professor e pesquisador Alexandre Chiavegatto.

A USP explica que o curso cobre tópicos como predição, linguagens de programação R e Python, redes neurais, deep learning, consequências do uso de machine learning na economia e sociedade, entre outros.

Sendo assim, os interessados em conseguir uma oportunidade em uma carreira de inteligência artificial devem se atentar a esses detalhes como o que estudar e quais tipos de empresas precisam de profissionais especializados em inteligência artificial para conseguir uma vaga.

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Inteligência Artificial

Como a inteligência artificial vai auxiliar no combate ao crime no Ceará

Em fevereiro deste ano, duas secretarias do governo do Ceará anunciaram convênio para o compartilhamento de dados. A informação, surpreendente por revelar que pastas importantes para o desenvolvimento do Estado ainda não trocavam informações estratégicas, afirmava a finalidade da parceria: traçar planos conjuntos para o combate à sonegação fiscal. No lugar de investigações isoladas e ações difusas, as secretarias da Fazenda (Sefaz) e da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), auxiliadas pela inteligência artificial (IA), enfrentarão, juntas, criminosos especializados em evasão fiscal.

No dia em que o secretário André Costa, responsável pela SSPDS, assinou o convênio, a secretária Fernanda Pacobahyba apresentou ao companheiro de administração as instalações do Centro Integrado de Informações e Operações Fiscais (Ciof). Uma central inteligente de vídeomonitoramento que esquadrinhará a circulação de mercadorias nos 19 postos fiscais da Sefaz no Ceará.

”A troca de informações possibilitará uma ação coordenada para combater a sonegação e o crime organizado, irmãos gêmeos em uma sociedade complexa. Ainda mais quando se fala em uma construção compartilhada de sistemas de controle e acompanhamento”, definiu Fernanda Pacobahyba durante o ato de assinatura da parceria.

Há duas semanas, em entrevista ao O POVO, na divulgação dos resultados da Operação Aluminium, Fernanda Pacobahyba disse mais. Uma de suas metas, à frente da Sefaz, será refinar o que é produzido por um ecossistema tecnológico herdado de gestões anteriores. “Eu estou aqui para reconstruir a Sefaz. Temos um volume extraordinário de dados, mas o desafio é gerar informações qualificadas para nos anteciparmos ao crime ou interrompê-lo”, projetou a secretária.

Sefaz e SSPDS estariam fazendo a transição para os primeiros passos rumo ao uso mais consistente de inteligência artificial na lida com tributo e com segurança pública. Seriam as secretarias que mais mostraram interesse pelo desenvolvimento de IA para produzir resultados no dia a dia da máquina pública. É assim que enxerga Tarcísio Pequeno, presidente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Ele diz que foi o próprio secretário André Costa que despertou para a necessidade de estratégias traçadas a partir da leitura de informações produzidas em quantidade, por exemplo, por uma Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) e o Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia).

“Tecnologia pesada na SSPDS não é novo. Novo é um secretário ter a visão de ciência para combater o crime, de querer usar inteligência artificial para orientar estratégias. O outro secretário pedia mais homens, mais viaturas, mais armas, mais coletes. Costuma ser a mentalidade. A gente tinha tentado com outros secretários. Quem foi lá com os projetos e o custo, atrás do governador, foi o próprio André Costa”, reconhece Tarcísio Pequeno.

Em seu segundo mandato como governador do Ceará, o discurso de Camilo Santana (PT) em relação aos investimentos em pessoal, em logística e tecnologia na SSPDS nunca bateu com os resultados. Uma ladainha herdada do antecessor, Cid Gomes (PDT). Milhões empregados, principalmente em tecnologia da informação (TI), mas com os índices da violência urbana sempre crescentes.

A urgência de respostas mais eficientes para a segurança pública obrigou Camilo Santana a disponibilizar R$ 7,5 milhões. Recurso alocado na Funcap para o desenvolvimento de pesquisa científica na segurança pública em dois anos, de 2018 a 2019. “Foi uma combinação da necessidade flagrante do problema crucial para o Estado com a compreensão do secretário. Atualmente, é o maior projeto acompanhando pela Funcap”, explica Tarcísio Pequeno.

Pelo menos 50 cientistas da Universidade Federal do Ceará e mais servidores da SSPDS e da Polícia Rodoviária Federal estão trabalhando em soluções de inteligência artificial para a segurança pública. Segundo Tarcísio Pequeno, são estudos, por exemplo, para reconhecimento mais eficaz de imagens – tanto de veículos como de pessoas. Ou sistematização de padrões que permitam buscas mais rápidas e abordagens mais assertivas de criminosos e suspeitos.

O presidente da Funcap prevê que, num futuro próximo e com a integração de tecnologias e dados de vários órgãos, o Estado terá o Big Data Ceará. Um arquivo gigantesco de dados conectados. “Vai-se poder estabelecer uma gama de conexões que o ser humano não enxerga e a máquina não deixa passar. Começaremos a identificar, por exemplo, alguns “clusters” (grupos) e as correlações deles com pessoas e padrões”, projeta Tarcísio Pequeno.

A SSPDS, por uma necessidade gritante, partiu na frente juntamente com a Sefaz em relação a outras áreas do governo cearense. Na Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, de acordo com Tarcísio Pequeno, está sendo gestado o Big Data Ceará. Uma nuvem onde estarão hospedados dados produzidos por todos os órgãos da administração pública estadual. “Ferramenta que possibilitará o cruzamento de informações estratégicas para qualquer governo”, prospecta.

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Big Data e Inteligência Artificial em ação no combate ao crime

Um smartphone comum, com conexão à internet. Dentro dele, um aplicativo especial com várias opções de busca de dados: RGCNH, consulta do veículo (situação dele até pelo chassi), folha criminal. Qualquer policial com acesso a este equipamento poderá, durante abordagens, consultá-lo para saber a situação do cidadão e do veículo utilizado. Isso já existe e é um dos 9 produtos de tecnologia utilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS) no combate ao crime.

A ferramenta representa um avanço na luta contra a criminalidade e pode significar também que culpados serão mais facilmente detidos, e inocentes não pagarão um amargo preço. Mas, além da busca feita por meio do celular, acoplado a um equipamento de biometria comum, o agente da lei pode mais. Em até 2 segundos, ele pode achar documentos como RG e CNH e a foto do indivíduo abordado. O equipamento já está funcionando entre 10 e 15 viaturas do Estado, além da Delegacia da Criança e do Adolescente.

Com o smartphone e o leitor biométrico, o agente da lei saberá se o abordado é ou não menor de idade, por exemplo. E isso vem ajudando a reduzir um custo operacional para a Polícia. Anteriormente, em uma ação, a verificação se uma pessoa era ou não adolescente poderia levar até 5 horas. Agora, é feito em dois segundos. Esta verificação de dados precisa ter a partir de 70 scores, que é um padrão internacional, para ser considerado confiável. Qualquer pessoa que passar por essa abordagem terá suas informações inseridas no banco de dados do Governo do Ceará, o Odin.

Parceria

Em parceria com o Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará (UFC), foram desenvolvidos 9 projetos. Segundo o professor do curso José Antônio Macêdo, são eles: a plataforma Big Data para integração de mais de 60 fontes de dados relacionados à Segurança Pública; o motor de buscas, denominado Cerebrum, o qual permite através do uso de linguagem natural a busca de informações de forma integrada; o aplicativo móvel para facilitar o trabalho do policial, o qual oferece serviços de busca a base civil, criminal e veicular; o sistema para inteligência da Polícia; o sistema automatizado de busca de impressão digital; o detector de marca e modelo de veículos a partir de imagens coletadas de sensores de passagem de veículos; o sistema de redes deletivas para suportar a análise de relacionamentos entre entidades relacionadas com crimes; o analisador de crimes, denominado CrimeWatcher, através do uso de ferramentas estatísticas e mapas de calor; e o extrator de dados dos textos dos boletins de ocorrência utilizando técnicas de inteligência artificial.

Monitoramento

Além de tudo isso, a Secretaria conta com o Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia), trazido da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nele, junem-se o sistema de videomonitoramento da Polícia cearense, Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Departamento de Trânsito (Detran) e Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) para formar um cinturão com 3.304 câmeras espalhadas por todo o Estado. As imagens captadas são transformadas em mensagem de texto dando toda a situação do veículo fotografado/filmado para que os policiais possam agir da melhor maneira.

Assim, segundo o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, há garantia de maior precisão nas abordagens. Afinal, o policial já irá na certeza de que há algo realmente errado no veículo. “É a primeira experiência exitosa de integração de dados no Brasil em tempo real. Todos os envolvidos usam as informações da melhor forma possível. A Polícia terá para o maior controle da mobilidade do crime. Para evitar que o delinquente possa usar um carro roubado em crimes. Estamos passos à frente na luta contra o crime”.

O secretário garante, quando o cidadão faz a denúncia de roubo do carro por telefone, em minutos, os dados do veículo entrarão no sistema, e o Spia passará a monitorar em busca dele. Isso se reflete na redução dos veículos roubados no Estado.

No primeiro quadrimestre de 2019, foram 1.726 crimes. Este foi o número mais baixo registrado desde 2011, quando aconteceram, em igual período, 1.274 delitos contra veículos automotores. Se comparado ao ano passado, quando foram registrados 3.414 crimes, os quatro primeiros meses de 2019 registraram uma queda de 49%, isto é, 1.274 veículos a menos roubados.

Segundo a Secretaria, a ideia é fazer mais ações acertadas com o auxílio da tecnologia – deixando claro que a palavra final será sempre do policial na ponta do processo. E para evitar que o agente tenha uma experiência negativa com a solução, a SSPDS trabalha em conjunto com a UFC para aprimorar as soluções antes de entregá-las para a tropa. A ideia é aparar as arestas, ajustar para que os sistemas estejam em um nível de precisão ainda maior.

Segurança dos dados

De acordo com Aloísio Lira, superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), que veio da PRF para ajudar em estratégias voltadas ao combate à mobilidade do crime, as tecnologias têm impactado diretamente na melhoria dos índices criminais no Ceará. Segundo ele, a segurança dos dados dos cidadãos na base gigante, que está aumentando ainda mais com as inovações tecnológicas, está garantida.

“Trabalhamos na perspectiva de multifatores. Temos um tratamento, além do sistema, quase manual dos mais sensíveis. Tudo isso dentro de um trabalho de segurança da informação. Passamos por seis ou sete vetores de tratamento para o aspecto do trabalho da inteligência. Temos um trabalho muito forte de auditoria dos dados que é fundamental para termos uma base bem construída”, afirmou Lira.

Conforme o superintendente, é usado um método empresarial no contato com os pesquisadores da UFC. “Aqui usamos uma metodologia scrum, que são pequenas etapas, e damos sprints (reuniões focadas), onde eu e o secretário avaliamos os resultados. Então, vai para outro sprint e analisamos para saber se está de acordo com a estratégia. Daí, retornamos para eles (UFC). É um desenvolvimento em conjunto das soluções. Cada uma é desenvolvida para resolver um problema específico. E o todo, só os agentes da inteligência conseguem ver. Tudo isso para ter a proteção dos dados. Aqui dentro, há poucos cientistas que fazem a fusão dos dados para melhorar os algoritmos de forma contínua para prover na ponta, a melhor tomada de decisão”, informa Lira.

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