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Homicídios de adolescentes têm redução de quase 65% no Ceará

Em teve tempo de planejar a vida direito porque uma bala atravessou seu corpo e sua história, marcando um ponto final ali, onde era para ter só mais uma vírgula. A narrativa de crianças e adolescentes assassinados é dolorosa e se repetiu, pelo menos, 127 vezes no Ceará, de janeiro a outubro de 2019, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Ainda que nenhuma perda se justifique, o número representa uma redução de 64,6% nas mortes da população cearense entre 12 a 17 anos, quando comparado aos 359 casos registrados em igual período do ano passado.

A diminuição também está no radar do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA), que, por sua vez, considera o intervalo dos 10 aos 19 anos de idade. A entidade utiliza as informações da SSPDS para contabilização. Conforme os registros diários de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) da Pasta, ampliando a faixa, o número cresce para 185, de janeiro a outubro.

Queda

Passados dez meses de 2019, o número marca uma queda brusca em relação aos 829 homicídios de jovens ocorridos em todo o ano de 2018, e fica ainda mais distante dos 981 assassinatos da mesma faixa etária, em 2017. No ano anterior, 2016, quando o Comitê foi instalado, foram 655 casos. O CCPHA indica que, de 2011 a 2018, chegou a 7.251 o número de homicídios de meninos e meninas com menos de 20 anos no Estado.

Para o sociólogo e coordenador técnico do Comitê, Thiago Holanda, a redução pode estar relacionada à resposta do Estado à crescente de homicídios vivenciada até 2017. Ele aponta o policiamento mais ostensivo e a reorganização do Sistema Penitenciário, com reflexos diretos nos territórios influenciados por grupos criminosos, como fatores importantes para mudanças na dinâmica do crime no Ceará. Ainda assim, o sociólogo recomenda cautela.

“O que a gente não consegue avaliar é qual vai ser o efeito disso depois, se isso se sustenta. Desde 2014, a gente foi tendo uma queda. Em 2016, quando volta a matança, ela atinge sobretudo a juventude mais vulnerável: são jovens que estão fora da escola, ou tiveram passagem pelo socioeducativo, ou tiveram poucas oportunidades de trabalho”, explica, caracterizando as vítimas como “uma juventude de direitos negados”.

Quadro

O entendimento é reforçado pela advogada Julianne Melo, vice-presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, da OAB-CE. “Apesar da redução, ainda não se pode dizer que ela é consistente, que ela pode perdurar. O Comitê tem uma série de recomendações para o estabelecimento de políticas públicas, de assistência social, educacionais, de saúde, que pudessem alterar esse quadro. Os vulneráveis a ameaças e à morte precisam de uma série de investimentos, notadamente orçamentários”, destaca.

As ausências são sentidas principalmente pela juventude periférica, segundo Dudu Souza, integrante do coletivo e produtora VetinFlix. “Tem muito de acharem que a juventude entra na criminalidade porque quer. A maioria, quando cai, é por falta de opção, de estrutura. A juventude periférica é esquecida”, considera ele, que ajuda a produzir uma série para a internet em contraponto à imagem das favelas em outras narrativas televisivas.

“A criminalidade tem tudo a ver com a desigualdade. Se a criança tiver oportunidade, ela não vai entrar no crime. A solução pra violência não é a bala, é a oportunidade. Queremos passar pra juventude que eu sou ‘vetin’, falando como ‘vetin’, tô tendo oportunidade de expressar minha arte e nem por isso vou virar bandido. A série parece ser pesada, mas a nossa realidade é pesada”, afirma.

Classificação

Realidade essa investigada por Glória Diógenes, socióloga e coordenadora do Laboratório das Artes e das Juventudes (Lajus), da Universidade Federal do Ceará (UFC), com 150 jovens do Grande Bom Jardim classificados comumente como “nem-nem-nem”: que não estudam, trabalham ou demonstram interesse em retomar a escola ou buscar uma ocupação. Contudo, a partir das entrevistas, ela percebeu que, na verdade, eles são “muito ocupados e mal classificados”.

“Se a gente pergunta se eles estão trabalhando, eles dizem que não. Mas se pergunta se eles tem algum ‘trampo’, eles dizem que sim”, resume. A lista inclui trabalhos em feira, lavagem de roupas e carros, venda de cosméticos e marmitas, costura, cuidados de idosos e serviços gerais. “A primeira coisa é rediscutir o estigma que paira sobre esses jovens, que chamamos de ‘geração N’, em vez de ‘nem-nem-nem’, porque eles dizem ‘não’ ao ‘não’ que é imposto a eles”, reflete Glória.

Conforme a pesquisadora, 72% dos entrevistados declararam que gostariam de voltar à escola, e 80%, que têm vontade de trabalhar. “Mas que trabalho? Os principais interesses deles fogem de uma carreira linear, e se adere a uma ideia de projeto. Eles sonham em ser pequenos empreendedores”, conta. “No aspecto preventivo, a primeira coisa que as políticas públicas deveriam fazer era escutar esses jovens para entender o que eles querem, o que eles podem, o que sabem, e, daí potencializar outras soluções”, reflete.

Em nota, a SSPDS destacou que, além de ações de Segurança Pública, o Governo tem pensado em melhorias e construção de praças públicas, escolas e postos de saúde e a instalação de bases fixas do Programa de Proteção Territorial e Gestão de Riscos (Proteger) da Polícia Militar. Quanto ao fortalecimento do espaço escolar como fator de prevenção à violência, informa que o Estado prioriza a expansão das Escolas de Educação Profissional e de Tempo Integral.

*Foto capa: Kid Júnior

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Big Data Ceará Ciência de Dados

Integração e fortalecimento da ciência de dados foi pauta durante reunião do Insight com a SSPDS

Durante a semana, na quarta-feira(13), o Insight participou de uma reunião com o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, e o secretário da Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque, na sede da SSPDS, em Fortaleza, para tratar sobre a integração de informações entre as duas pastas e o fortalecimento da área de ciência de dados. Além dos gestores, o superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública, Aloísio Lira, o coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado da Pós-Graduação do Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor Antônio Macedo e a professora e pesquisadora do Insight Lab, Ticiana Linhares, também participaram da reunião.

Conforme André Costa, o encontro serviu para apresentar ao secretário Mauro Albuquerque e equipe como funciona o Big Data “Odin”, desenvolvido por pesquisadores da SSPDS e da Universidade Federal do Ceará (UFC). “O Ceará tem sido destaque em todo o país, por ter criado uma área de ciência de dados na Secretaria da Segurança, a primeira no país a tomar essa iniciativa. Aqui, criamos uma ferramenta tecnológica, que foi um Big Data, uma plataforma integradora de inúmeras bases de dados nossos e de outras áreas dos Governos Federal, Estadual e Municipal, e até mesmo da iniciativa privada. Nós já integrávamos algumas informações com a SAP, o que vem nos auxiliando, por exemplo, na área da Segurança Pública, traçando ações preventivas e evitando a prática de delitos. Agora, queremos aumentar essa troca de conhecimento, com a utilização do Odin”, disse.

 

 

O Big Data “Odin” foi desenvolvido pela SSPDS e UFC, e permite, entre outras coisas, uma análise profunda das estatísticas, sendo possível estratificar, com alta precisão, os crimes, bem como encontrar padrões que possam levar a predições. Alimentado por mais de 100 sistemas dos órgãos de Segurança Pública do Estado e de instituições parceiras, o Odin possui mais de 90 bases de dados diferentes e é capaz de analisar milhares de tipos de dados diferentes, que ficarão à disposição dos gestores através de um painel analítico “Cerebrum”. Os sistemas foram remodelados para fornecer as informações, em tempo real, e facilitar o processo de investigação, inteligência e tomada de decisão.

“Apresentamos toda a construção de informações do sistema penitenciário, mostrando como a SSPDS tem trabalhado com esses dados. Além disso, buscamos entender como a SAP pode utilizar essas mesmas informações e quais perguntas eles precisam responder, quais desafios eles precisam vencer, para que possamos remodelar essa ferramenta e melhorar ainda mais o trabalho da Secretaria da Administração Penitenciária”, destacou Costa.

Já para Mauro Albuquerque: “o Big Data facilitará a atuação e a integração entre as duas secretarias, porque permitirá a consulta e o cruzamento de informações que é fundamental para a área cuidada pelas duas pastas”, disse.

 

 

As falas dos secretários são complementadas pela avaliação do superintendente da Supesp, Aloísio Lira, que cita importância do que vem sendo desenvolvido pelas pastas com o objetivo de aprimorar a persecução criminal. “Foi um momento para o alinharmos as tecnologias e construir um modelo de integração e tratamento de dados, que seja benéfico a ambos. Isso para que possamos acompanhar o preso desde a abordagem, até o momento de entrar e sair do presídio. Isso nos ajuda a termos um controle da execução de todos os procedimentos, permitindo, futuramente, que a Supesp realize estudos de reincidência, além de saber que tipos de inquéritos policiais viraram processo e condenações”, explicou.

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Segurança Pública

Com 52,2% de redução em 2019, Ceará chega ao 19° mês de redução nos CVLIs

O Ceará chegou, em outubro, ao seu 19° mês de redução nas estatísticas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), conforme dados apresentados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE), nesta quarta-feira (13). Já Fortaleza está em seu 20° período de diminuição no mesmo índice criminal. O resultado é proveniente dos números positivos, alcançados mês a mês, e que impactaram diretamente no balanço de 2019 (janeiro a outubro). A queda neste ano é de 52,2% se comparado ao mesmo período de 2018. Foram 2.017 mortes a menos em todo o território cearense.

Nos dez primeiros meses do ano passado foram contabilizados 3.864 CVLIs. No mesmo período deste ano, aconteceram 1.847 crimes. Entre as regiões, a que registrou melhor resultado foi Fortaleza, com queda de 57,2%, indo de 1.282 para 549. Em seguida, vem a Região Norte, com retração de 53,5%, caindo de 770 para 358. A Região Metropolitana da Capital reduziu em 49% os CVLIs, indo de 1.112 para 567. Por fim, está a redução de 46,7% no Interior Sul, onde os CVLIs caíram de 700 para 373.

“O Ceará alcança em dez meses, o menor número de CVLIs em toda a sua série histórica. Até então, o menor número de homicídios era o ano de 2009, quando foram registrados 1.881 crimes. Então isso é fruto de muito trabalho e de investimentos, capitaneados pelo governador Camilo Santana, nas forças de segurança, além do trabalho bastante integrado com a área de proteção social do Estado e com a Secretaria da Administração Penitenciária”, destacou André Costa, secretário da SSPDS, que ressaltou ainda a meta para os últimos meses do ano. “Continuaremos trabalhando com muita força para fechar o ano de 2019 com o menor número de homicídios de toda a década”, finalizou.

Outubro

No 10° mês do ano, Fortaleza teve uma queda de 56,8%, indo de 125 mortes em outubro do ano passado para 54 o mesmo mês deste ano. Entre as regiões do Ceará, a Capital foi o território com maior queda percentual. Em segundo vem o Interior Norte, com 52,1% de retração, caindo de 71 para 34 CVLIs. A Região Metropolitana foi de 108 crimes para 52 (-51,9%), e o Interior Sul, de 59 mortes, ano passado, para 36 em outubro de 2019 (-39%). No balanço do Ceará, a queda foi de 51,5%, de 363 para 176.

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Big Data Inteligência Artificial Segurança Pública UFC

UFC está entre as melhores do mundo no ensino de engenharias e de ciência da computação

O Brasil tem 32 representantes na lista das melhores instituições de ensino de engenharia do mundo, segundo o ranking da Times Higher Education (THE) 2020. E a Universidade Federal do Ceará está entre elas, compartilhando posição com outras 10 instituições, todas do eixo Sul-Sudeste.

A THE divulga, anualmente, um dos principais rankings universitários do mundo, o THE World Universities Rankings. Em paralelo, publica levantamentos por campo do conhecimento. Em um deles, são destacadas as melhores instituições de ensino nas áreas de engenharia geral, engenharia elétrica e eletrônica, engenharia mecânica e aeroespacial, engenharia civil e engenharia química.

Na edição de 2020, foram avaliadas 1.008 universidades, número superior ao da edição passada, que analisou 903 instituições. O Instituto de Tecnologia da Califórnia e a Universidade de Stanford compartilham o primeiro lugar geral. A partir da 100ª posição do ranking, as universidades são agrupadas por faixa. As brasileiras estão distribuídas em três faixas: 401-500, 601-800 e 801+.

UFC é a única instituição do Norte, Nordeste e Centro-Oeste a ocupar a faixa 601-800. As primeiras colocadas do Brasil no levantamento mundial, ocupando a faixa 401-500, são a Universidade de Campinas e a Universidade de São Paulo.

O reitor Cândido Albuquerque comemora o resultado. “Engenharia e computação são áreas nas quais nos destacamos e, mundialmente, são as áreas pelas quais as universidades se firmam”, avalia. Ele acrescenta que em ambos os campos de conhecimento a UFC tem realizado diversas parcerias, notadamente com o poder público, citando como exemplo o projeto Big Data e Inteligência Artificial.

Nele, a UFC desenvolve, em cooperação com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, ferramentas que irão compor o Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta. “Nosso desempenho nessas áreas é considerável, pois estamos à frente das instituições do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mas precisamos melhorar ainda mais”, enfatiza.

Funcionários da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança, CIOPS. CIOPS é localizado dentro do complexo da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, SSPDS, na avenida Bezerra de Menezes. Foto: Alex Gomes – Especial para O POVO/Alex Gomes – Especial para O POVO

CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO – Além das engenharias, a THE avaliou as melhores instituições de ensino de ciência da computação. Nesse levantamento, há 21 instituições brasileiras entre as 749 listadas, e a UFC também é destacada.

A Universidade Federal do Ceará ocupa a faixa 601+, ao lado de outras 12 instituições, como a Universidade de Brasília (UnB), a Federal da Bahia (UFBA), a Federal de Pernambuco (UFPE) e a do Paraná (UFPR).

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: (85) 3366 7331

Fonte:  UFC
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Big Data Ceará Inteligência Artificial Segurança Pública

Nova Estratégia de Segurança Pública do Governo do Ceará é apresentada na Câmara dos Deputados como referência nacional

Após se destacar nacionalmente na redução dos principais indicadores criminais, especialmente nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que já alcançam uma queda por 18 meses seguidos, o estado do Ceará, representado pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, apresentou o conceito da Nova Estratégia de Segurança Pública (Nesp) do Governo do Ceará, na Câmara dos Deputados, em Brasília/DF. A iniciativa foi um pedido do deputado federal de Minas Gerais, Doutor Frederico, que requereu uma audiência pública, com a presença do gestor cearense, na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, nesta quarta-feira (23).

Além de André Costa, o superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp) – órgão vinculado à SSPDS – e criador da teoria de combate à mobilidade do crime, Aloísio Lira; o secretário da Administração Penitenciária (SAP) do Estado do Ceará, Mauro Albuquerque; e o coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado da Pós-Graduação do Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor Antônio Macedo, também expuseram as estratégias montadas pela Segurança Pública do Ceará na construção de políticas públicas na área.

“A apresentação é para podermos expor toda a estratégia e o planejamento que tem sido feito no estado do Ceará. Vale destacar o trabalho que temos feito na área de tecnologia em segurança publica. Nós vamos apresentar os resultados que essas ações vem apresentado nas reduções de CVLI e CVP. Vamos colocar a disposição da comissão de segurança pública da Câmara dos Deputados para que possamos colaborar com qualquer proposta no legislativo, mas que possamos levar essa experiência no Ceará para os estados de origem e colaborar cada vez mais com a segurança publica em todo o País, destacou André Costa, antes de falar aos deputados e convidados.

A Nesp, que foi apresentada pelos gestores cearenses, consiste na criação de um novo caminho traçado pelo Governo, que visa o combate à violência no Estado por meio da integração, coordenação e responsabilização em diferentes níveis. Além do investimento em tecnologias da informação, em sistemas e dispositivos, construídos para somarem-se ao trabalho dos homens e mulheres que atuam na segurança pública, um dos pontos dentro da nova estratégia é a valorização e motivação dos profissionais. Junto ao trabalho feito pela SSPDS, há ainda as novas medidas dentro do sistema prisional e do sistema socioeducativo do Ceará, que impactam diretamente na queda dos índices criminais. Em paralelo às ações de segurança, há ainda o entendimento que o combate à violência não se limita apenas ao trabalho das polícias. Por isso, os pilares da Nesp também se baseiam em políticas públicas de educação, redução da pobreza, de cultura, esporte e de saúde.

“A ideia hoje é comentarmos sobre as boas praticas no estado do Ceará no uso de tecnologia do Big Data e inteligência artificial na Segurança Publica. Isso foi desenvolvido em parceria com a SSPDS, por meio do secretário André e o superintendente Aloisio Lira, no sentido de desenvolvermos uma solução customizada especificamente para os problemas de segurança pública do Estado. Essa arquitetura usou código aberto (plataformas abertas) customizadas para os problemas que a Secretaria quisesse atacar. Dentro da apresentação, eu pretendo mostrar a filosofia dessa arquitetura, mostrar que a tecnologia não é o fim, mas sim, um meio. Vamos discutir um pouco a necessidade de um projeto dessa envergadura ser totalmente alinhado com essa estratégia. Para fazermos um projeto de acordo com a realidade”, evidencia o professor Antônio Macedo, que coordenou os trabalhos integrados na UFC.

Essa não foi a primeira vez que a Secretaria da Segurança do Ceará apresentou o tema em Brasília. No dia 20 de agosto deste ano, André Costa já havia palestrado sobre o tema durante o Seminário de Boas Práticas em Tecnologia da Informação Voltadas à Segurança Pública. Na ocasião, quatro sistemas desenvolvidos pela SSPDS e UFC foram entregues à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que repassará as tecnologias que vêm contribuindo para os bons resultados em território cearense para as outras unidades da federação.

A expansão dos projetos cearenses para os demais estados brasileiros é capitaneada pelo MJSP e coordenado nacionalmente pelo secretário André Costa; pelo superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), Aloísio Lira; pelos professores doutores do Departamento de Computação da UFC, Antônio Macedo e Paulo Rêgo.

“Hoje, nós mostramos como os crimes evoluem e como a Segurança Pública deve acompanhar essa evolução. Apresentamos como o Ceará passou a repensar de forma diferente e se organizar para dar uma resposta à criminalidade e assim traçar novas estratégias. Explicando ainda como a tecnologia ajudou durante esse processo”, revela Aloísio Lira, superintendente da Supesp.

A construção de estratégias da SSPDS

Durante as suas apresentações, os representantes cearenses falaram sobre as ferramentas e estratégias construídas sobre três pontos importantes: mobilidade, território e ciência de dados. Os parlamentares conheceram, por meio de explicações técnicas e apresentação de números, quais as ações que estão em desenvolvimento graças à parceria entre SSPDS, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e demais instituições de ensino superior.

Uma das ferramentas apresentadas foi o Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia), uma inteligência artificial desenvolvida pela SSPDS e PRF, que funciona em conjunto ao sistema de videomonitoramento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) da SSPDS, e suas mais de 3.300 câmeras em todo o Ceará. Atuando na identificação de carros e motocicletas roubados ou furtados, o Spia e os cercos inteligentes, realizados pela Polícia Militar, quebram um ciclo de ações criminosas que ocorreriam a bordo do veículo automotor, como a prática de novos roubos e até mesmo homicídios.

A utilização da ferramenta Spia e o aprimoramento da expertise policial impactaram na melhoria dos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP), que em setembro deste ano chegou ao 28° mês de queda. Nesse contexto, há ainda a redução de 64% nos roubos de cargas e a retração de 47% nos roubos de veículos, por exemplo.

A construção de ferramentas que ajudem na tomada de decisão também foi um tema abordado durante a audiência pública. Como exemplo, os presentes tiveram a oportunidade de entender sobre a funcionalidade do Big Data “Odin” e do seu painel analítico “Cerebum”. A ferramenta, que foi desenvolvida pela SSPDS e UFC, permite, entre outras coisas, uma análise profunda das estatísticas, sendo possível estratificar, com alta precisão, os crimes, bem como encontrar padrões que possam levar a predições.

Alimentado por mais de 100 sistemas dos órgãos de Segurança Pública do Estado e de instituições parceiras, o Odin possui mais de 90 bases de dados diferentes e é capaz de analisar milhares de tipos de dados diferentes, que ficarão à disposição dos gestores através de um painel analítico. Os sistemas foram remodelados para fornecer as informações, em tempo real, e facilitar o processo de investigação, inteligência e tomada de decisão.

Por último, os parlamentares conheceram o funcionamento do Portal do Comando Avançado (PCA), que é um aplicativo disponibilizado para os profissionais de segurança. Por meio desse mecanismo, é possível identificar possíveis suspeitos por meio do leitor biométrico conectado a um celular smartphone. O procedimento já é adotado no Ceará em situações em que o indivíduo não apresenta documento de identificação à composição. O próximo passo comentado durante a audiência pública, e que está em fase de teste, é o reconhecimento facial, feito por meio da câmera de um smartphone.

*Imagem: TV Câmara

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Ceará Segurança Pública Tecnologia

Políticas de segurança pública do Ceará será discutida nesta quarta-feira(23) em Brasília

A redução dos índices de criminalidade no Ceará virou assunto nacional.

Afinal, nos últimos anos, o Ceará sempre se destacou negativamente com números alarmantes, com Fortaleza aparecendo como uma das cidades mais violentas do mundo.

Porém, o governo cearense reagiu e, concomitantemente com a adoção de políticas sociais de prevenção, adotou inteligência e tecnologia de ponta no combate à violência, além de retomar o controle sobre o sistema penitenciário, desarticulando o comando do crime organizado.

Deu resultado e os números da criminalidade têm caído progressivamente.

E os deputados da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara Federal querem entender o que levou a essa reviravolta.

Para tanto, convidaram os responsáveis pelo programa de segurança pública cearense para um debate na Câmara Federal,

Estarão lá o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, André Costa; o secretário da Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque; o superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública, Aloísio Vieira Lira Neto; o coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado do Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará, José Antônio Fernandes Macedo; e o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adriano Marco Furtado.

A audiência será realizada nesta quarta-feira (23), às 16h30, no plenário 6 da Câmara. Clique aqui e acompanhe.

*Foto/José Leomar

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Inteligência Artificial

Como a Inteligência Artificial pode tornar o trânsito mais seguro?

De carros autônomos a softwares inteligentes, que fazem atendimento e simulações similares à inteligência humana. Entre tantos avanços tecnológicos, a Inteligência Artificial (IA) vem revolucionando a tomada de decisões de pessoas, empresas e organizações dos mais variados segmentos. O trânsito é um deles e, graças a essa tecnologia, os órgãos públicos conseguem atuar de forma inteligente, trazendo soluções em tempo real.

Mas, afinal, como a Inteligência Artificial pode auxiliar o trabalho dos órgãos que atuam no monitoramento de estradas, rodovias e do trânsito como um todo, oferecendo informações e imagens precisas?

Ao falar em tecnologia para esse segmento, sempre é preciso ter em mente que as soluções detectam, registram e analisam os dados dos veículos. Hoje, muitas dessas funções podem ser feitas com o uso da Inteligência Artificial e Machine Learning.

Utilizando a IA, por meio da captura de imagens, algumas soluções conseguem extrair com eficiência e precisão informações sobre os veículos. Essas informações de qualidade são então fornecidas para os sistemas que fazem o controle e monitoramento das vias públicas, e é possível melhorar a operação e gestão do trânsito, com o objetivo de garantir que as estradas fiquem cada vez mais seguras e eficientes.

Por meio de algoritmos de Inteligência Artificial, softwares capturam de maneira automática a informação da categoria do veículo por imagem, sem a necessidade de que uma intervenção seja feita nas vias. Com apenas uma câmera, por exemplo, é possível monitorar e classificar os veículos de várias faixas ao mesmo tempo.

Há outros exemplos de fora do Brasil, como os sistemas de câmeras e IA que flagram motoristas que usam celular enquanto dirigem. O governo australiano pretende usar essa tecnologia com o intuito de flagrar as infrações e conter o número de acidentes. Até o fim do ano, 45 sistemas para detectar celulares serão instalados no estado de New South Wales, o mais populoso da Austrália.

Esse sistema, que será instalado nas laterais das estradas e será controlado por autoridades rodoviárias australianas, é composto por duas câmeras: uma, capaz de fotografar a placa de matrícula do veículo; outra, responsável por monitorar os movimentos do motorista por meio do para-brisa. Neste caso, a IA é utilizada para excluir motoristas que não estão usando o celular ao volante. Já as fotos que mostram motoristas suspeitos de cometerem a infração são encaminhadas para a análise das equipes.

O fato é que, na era da inteligência e da informatização, a geração de dados é constante e em tempo real. Esses dados são tratados e transformados em informações úteis para todos, dos motoristas aos profissionais técnicos e órgãos de trânsito. Isso contribuirá com a redução de acidentes e, consequentemente, aumentará a segurança, além de tornar as rodovias e vias urbanas mais agradáveis de serem utilizadas.

*Ian Robinson é engenheiro eletricista e gerente de marketing na Pumatronix

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Deep Learning Inteligência Artificial

Tudo que você precisa saber para trabalhar com Inteligência Artificial

O mercado para profissionais com bagagem em inteligência artificial não para de crescer. Em fevereiro, a ONU informou que os números de pedidos de patentes para inovações baseadas em inteligência artificial aumentaram exponencialmente nos últimos anos.

O estudo de inteligência artificial começou, ainda na década de 50 na Universidade de Carnegie Mellon, nos EUA. De lá pra cá muita coisa mudou. Na época, o objetivo dos pesquisadores pioneiros, Hebert Simon, Allen Newell e Jonh McCarthy era criar um “ser” que simulasse uma vida humana.

Hoje, a inteligência artificial sustenta a automação de muitos negócios, com software que aprende a tomar as melhores decisões analisando os dados gerados de decisões anteriores.

Na prática, a inteligência artificial já habita um amplo espectro de nossas rotinas. Seja com a recomendação de músicas no Spotify seja com o melhor caminho para você chegar ao trabalho através do Waze.

Mas para aqueles que desejam trabalhar na área, por onde começar? Afinal, o conhecimento em inteligência artificial é muito amplo e exigido em cargos que vão desde um Cientista de Dados até um Engenheiro Aeroespacial. Aqueles com habilidades para analisar, organizar e traduzir bits de informação digital em experiências humanas significativas, certamente vão encontrar na carreira de inteligência artificial uma oportunidade recompensadora.

Por esse motivo, a redação do IT Trends preparou um guia completo, com tudo que você precisa saber para trabalhar com Inteligência Artificial. Confira.

Carreiras em inteligência artificial

De acordo com o Computer Science Degree Hub, carreiras em inteligência artificial podem ser encontradas em diversos ambientes, como empresas públicas e privadas, organizações educacionais, artes, instalações de saúde, agências governamentais e militares, entre outros.

Em alguns desses ambientes, as vagas podem exigir alto nível de responsabilidade e segurança, principalmente quando se trata de dados, dependendo da sensibilidade das informações, empresas podem até exigir certificações em segurança.

Confira a lista de cargos com atuação em inteligência artificial:

  • Analistas e Desenvolvedores de softwares e sistemas;
  • Cientistas e Engenheiros da computação;
  • Cientistas e Engenheiros de Machine Learning;
  • Cientistas e Engenheiros de aplicações e plataformas;
  • Cientistas e Engenheiros de Integração de Hardware;
  • Arquiteto de Dados;
  • Especialistas em algoritmos;
  • Cientistas de pesquisa e consultores de engenharia;
  • Engenheiros mecânicos e técnicos de manutenção;
  • Engenheiros elétricos e de manufatura;
  • Técnicos cirúrgicos trabalhando com ferramentas robóticas;
  • Profissionais de saúde médicos que trabalham com membros artificiais, próteses, aparelhos auditivos e dispositivos de restauração da visão;
  • Eletricistas militares e de aviação que trabalham com simuladores de voo, drones e armamentos;
  • Designers gráficos, músicos digitais, produtores de entretenimento, fabricantes de têxteis e arquitetos;
  • Professores pós-secundários em escolas técnicas e comerciais, centros vocacionais e universidades;

Conhecimentos e habilidades exigidos

Uma carreira em inteligência artificial é caracterizada pelo contato muito próximo com a automação, robótica, programação, algoritmos e uso de softwares específicos, sendo assim necessário que o interessado tenha disposição para adotar esses conceitos no seu dia a dia. No entanto, para adotar esses conceitos na rotina é necessário conhecimentos básicos e fundamentais, como matemática, tecnologia, lógica e engenharia.

Trabalhar com inteligência artificial exige também características comportamentais, como pensamento analítico e capacidade de resolver problemas com soluções eficientes e sustentáveis.

Os profissionais de inteligência artificial devem ser capazes de traduzir informações altamente técnicas, de modo que outras pessoas e colegas possam entender. Isso requer habilidades de comunicação interpessoal além de eficiência em trabalhos em equipe.

É importante lembrar que cada cargo, empresa ou área de atuação dentro da inteligência artificial pode ter exigências de conhecimentos específicos para a vaga. Os interessados em uma carreia em inteligência artificial devem investigar quais são os conhecimentos necessários para cada vaga, individualmente.

Educação

Mesmo que a área de tecnologia seja aberta para profissionais sem diplomas de ensino tradicional, inteligência artificial é um conceito muito discutido na academia, sendo um diferencial, um curso superior, mesmo para cargos de entrada.

Para trabalhar com inteligência artificial é necessário conhecimentos básicos em informática, matemática e lógica de computadores, que é a fundação da maioria dos programas de inteligência artificial.

É interessante também, procurar se especializar com cursos específicos da área. Diversas instituições de ensino oferecem cursos de pós-graduação em inteligência artificial. A FIAP por exemplo, oferece o programa de MBA: Artificial Intelligence & Machine Learning onde os alunos estudam majoritariamente:

  • História da inteligência artificial
  • Tipos de aprendizagem e algoritmos: aprendizagem e algoritmos por reforço, aprendizagem e algoritmos não supervisionados e aprendizagem e algoritmos supervisionados.
  • Heurísticas e meta-heurísticas de busca.
  • Deep learning e reinforcement Learning.
  • Redes neurais, convolucionais, recorrentes e recursivas
  • Manipulação de dados com Python e R
  • Modelagem de dados e big data
  • Indexação de documentos, text mining, cluster e chatbot.
  • Visão computacional, manipulação e segmentação de imagens, realidade aumentada
  • Conceitos de robótica e smart devices
  • Empreendedorismo

Outro exemplo é o curso “Inteligência Artificial em saúde: o uso de machine learning em saúde”, que é oferecido de forma completamente gratuita pela Universidade de São Paulo (USP) e ministrado pelo professor e pesquisador Alexandre Chiavegatto.

A USP explica que o curso cobre tópicos como predição, linguagens de programação R e Python, redes neurais, deep learning, consequências do uso de machine learning na economia e sociedade, entre outros.

Sendo assim, os interessados em conseguir uma oportunidade em uma carreira de inteligência artificial devem se atentar a esses detalhes como o que estudar e quais tipos de empresas precisam de profissionais especializados em inteligência artificial para conseguir uma vaga.

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Ciência de Dados Dados Governo

Os 12 principais casos de uso de ciência de dados no governo

Introdução

A análise de big data foi aplicada a diferentes esferas da vida humana. Um dos melhores recursos da análise de dados é sua adaptabilidade e amplo espectro de aplicativos. Percorremos toda a série de artigos sobre aplicação de ciência de dados em várias esferas que estão comprovando essa afirmação. Vamos considerar os casos de uso da ciência de dados para a atividade do governo.

Sob condições de rápido desenvolvimento de tecnologias e sociedades, os governos precisam resolver tarefas complexas e gerenciar vários procedimentos simultaneamente. Os governos enfrentam a necessidade de plataformas inteligentes capazes de coletar, limpar, filtrar e analisar grandes quantidades de dados. Governos locais, agências federais e departamentos usam ferramentas orientadas a dados para otimizar seu trabalho e melhorar os assuntos de segurança, setor público, direito, defesa, etc.

Vamos examinar mais de perto e esclarecer como os governos usam a ciência de dados e quais benefícios ela pode trazer.

Detecção de fraude

Todos os anos, transações fraudulentas causam perdas financeiras significativas para os governos. A fraude se tornou uma coisa comum. Esse fato pode parecer marcante para você, mas vamos dar uma olhada. Todas as operações que são mais ou menos relacionadas ao dinheiro apresentam interesse para possíveis fraudadores.

A principal característica da fraude no nível governamental é que as consequências, em certa medida, afetarão cada cidadão.

Para mitigar os riscos de fraude e ameaças subsequentes, os governos aplicam soluções de dados inteligentes e análise de dados.

Evasão fiscal

A sonegação de impostos pressupõe as ações tomadas pelos indivíduos ou empresas para deturpar os negócios reais com as autoridades fiscais. Desonestidade nos relatórios fiscais, como declarar menos renda, ajuda a reduzir a responsabilidade tributária. Em outras palavras, pessoas ou empresas mostram menos dinheiro com o objetivo de pagar menos dinheiro ao Estado. Imagine a quantidade de dados que devem ser processados ​​e analisados ​​para encontrar um evasor. Isso está realmente além da competência humana.

Felizmente, plataformas e soluções analíticas modernas são capazes de detectar sonegação de impostos. Os algoritmos analíticos usados ​​para esse fim baseiam-se não apenas nos dados financeiros, mas também nas informações de mídia social. Os algoritmos analisam cuidadosamente os dados e combinam os padrões dos gastadores com os rendimentos declarados. Assim, aqueles que gastam muito mais do que gastam são facilmente detectados.

Empresas não registradas

O grupo de firmas canceladas de registro abrange as empresas que não estão mais registradas no registro, desistiram de negociar e não estão sujeitas a obrigações legais e tributação. No entanto, essas empresas podem ser facilmente trazidas de volta à vida em caso de necessidade.

Esse fato fornece um vasto campo para atividades fraudulentas. Muitas vezes, as empresas não estão mais no registro, mas continuam sua operação e, finalmente, obtêm renda.

Algoritmos analíticos e soluções baseadas em IA estão ajudando os governos a esse respeito. Os algoritmos rastreiam a atividade mesmo para as empresas que parecem inativas e alarmadas em caso de ações suspeitas tomadas. Os algoritmos detectam a aparência do nome da empresa ou outras informações entre os dados financeiros. A divulgação das firmas canceladas de registro ajuda o estado a minimizar e até impedir a evasão ilegal do pagamento de impostos.

Defesa

Questões de defesa são cruciais para todos os estados do mundo. Todos os anos, governos de todo o mundo gastam bilhões de dólares em defesa.

Uma parte significativa desse dinheiro é gasta na introdução de big data, algoritmos de aprendizado de máquina e soluções baseadas em IA para melhorar o desempenho de vários departamentos e instituições militares. Fortalecidas pelas soluções de dados inteligentes, essas instituições podem melhorar o processo de tomada de decisão e reduzir o tempo gasto na solução de um assunto específico.

No campo da defesa, a importância do big data é enorme. Com a introdução da análise em tempo real, os estados tiveram a oportunidade de assistir, rastrear e monitorar as fronteiras, criar vários fluxos de vídeo a partir de vários objetos estrategicamente importantes e observar os espaços aéreo e marinho. As soluções inteligentes são mais atentas, precisas e confiáveis ​​em seus resultados de monitoramento. A análise preditiva parece ser um fator de mudança de jogo na logística de defesa e na prevenção de possíveis ameaças. Os algoritmos criam cenários possíveis calculando possíveis ameaças ou danos.

Atividade terrorista

Nas últimas décadas, fomos testemunhas de vários incidentes terroristas em todo o mundo. Essas questões precisam ser tomadas medidas severas, pois a segurança e o bem-estar das pessoas estão ameaçados.

O terrorismo se tornou um tipo de negócio para alguns grupos de pessoas. As organizações terroristas até recrutam jovens através de plataformas de mídia social.

A análise de big data, algoritmos de aprendizado de máquina e mineração de texto são amplamente aplicados para detectar essa atividade. Grandes quantidades de dados sobre o potencial comportamento terrorista são coletadas e cuidadosamente processadas. Esses dados incluem conversas incomuns, textos, interação e contatos, compras ou movimentos em locais potencialmente perigosos etc. As agências de segurança estão trabalhando na detecção em tempo real de padrões de dados e vinculando esses padrões aos sistemas. Essas soluções de dados inteligentes examinam todos os dados disponíveis e relatórios de formulário sobre indivíduos ou grupos possivelmente perigosos, levando em consideração os dados referentes a casos anteriores de extremismo, crime ou terrorismo.

Sensibilização para o crime nas ruas

O uso de invenções e bancos de dados modernos pelas autoridades estaduais mudou toda a imagem do mundo do crime. Impressões digitais, amostras de DNA e análises balísticas abriram novas oportunidades para quem investiga crimes e se esforça para impedir que eles aconteçam.

Os departamentos de polícia de todo o mundo utilizam big data para prever o mapeamento de crimes. Esses sistemas usam dados anteriores sobre tipo de crime, localização, data e hora para criar os pontos críticos. Os mapas com os pontos ativos provam ser muito mais eficientes do que pura adivinhação.

Além disso, os sistemas de cidades inteligentes permitem o monitoramento de vários locais sob condições de transmissão em tempo real. Câmeras e detectores de movimentos altamente sensíveis detectam ações suspeitas e enviam alarmes à polícia.

Ataques cibernéticos

No mundo das tecnologias digitais, a cibersegurança se tornou uma questão do nível governamental. Coletamos e analisamos a grande quantidade de dados para revelar suas informações valiosas. Mas os resultados de nosso cuidadoso processamento e análise podem se tornar interessantes para alguém que deseja usá-lo para um objetivo específico. Além disso, essas pessoas planejam levar os dados ilegalmente por roubo ou ataque de hackers.

Imagine a quantidade e a importância dos dados possuídos pelas instituições governamentais. Caso esses dados se tornem disponíveis ao público ou, pelo menos, a indivíduos particulares, ou se os dados desaparecerem, as consequências podem ser perturbadoras. Portanto, análises de big data e ferramentas específicas de aprendizado de máquina são usadas para monitorar e examinar cuidadosamente todas as operações que envolvem dados valiosos para revelar tendências e padrões nessas ações. Os sistemas monitoram os usuários e dispositivos na rede e sinalizam indivíduos ou ações suspeitas. Ele permite que o estado tome medidas mais operacionais, confiáveis ​​e seguras para evitar ataques cibernéticos.

Vigilância mais inteligente

Câmeras de vigilância são usadas cada vez mais extensivamente. Essas câmeras já provaram sua eficiência em objetos menores. Agora eles estão caminhando para as ruas e cantos mais escuros e menores das cidades e vilas.

As câmeras de vigilância não estão apenas gravando os vídeos. Hoje, suas capacidades se ampliam. Por exemplo, agora eles podem reconhecer violência ou atividade criminosa e distinguir brigas ou abusos físicos de outras ações e movimentos depois que o sistema de reconhecimento inteligente envia a mensagem à polícia.

Além disso, algoritmos semelhantes são usados ​​para reconhecer quedas traumáticas ou outras lesões e podem informar sobre a emergência. Isso prova ser muito útil para idosos e pessoas que sofrem de doenças crônicas graves.

Segurança nacional

Como a interação de pessoas e dados se torna mais intensa a cada dia, a idéia de usar big data para o benefício da sociedade parece cada vez mais atraente. Os dados se tornam uma fonte mais confiável, apresentando grande valor para o estado. Assim, e se tornar uma questão de segurança nacional.

Sem dúvida, a análise de big data suporta a segurança nacional e traz oportunidades para diferentes áreas. Entre eles estão a detecção de anomalias, mineração de associação para divulgação dos padrões e interconexão entre os conjuntos de dados, classificação e agrupamento de dados. Além disso, pode ser usado para análise de links e divulgação de mensagens ocultas dos textos ou documentos. Assim, torna visível para as pessoas as informações, relações e padrões que as pessoas podem ignorar. Em combinação com julgamentos humanos, a análise de big data ajuda na tomada de decisões.

Aplicação da lei

A análise de big data pode fazer a diferença na aplicação da lei. As agências policiais podem obter resultados significativos no trabalho, tendo em mãos os enormes bancos de dados cheios de dados referentes a chapas de matrícula, identidades criminais, estatísticas criminais e acesso a plataformas de mídia social.

Com a ajuda de modernas ferramentas de análise, as agências policiais podem transformar os dados disponíveis em inteligência acionável. Assim, o fenômeno do policiamento preditivo aparece. Isso significa que a análise de big data permite impedir a ocorrência de crimes. Atualmente, o policiamento preditivo está em ascensão, apesar de todas as disputas e argumentos contra ele.

Saúde e Serviços Humanos

As agências estatais que trabalham com ou controlam serviços de saúde e humanos usam a análise de big data com a mesma eficiência que outras autoridades governamentais. Não analisar os dados disponíveis nessa área seria uma perda significativa.

A prestação de serviços de alta qualidade aos cidadãos é a tarefa prioritária do governo. Portanto, as atividades das agências de saúde e serviços humanos (HHS) são regulamentadas pelo estado. As agências de HHS trabalham duro para fornecer transparência em suas operações e satisfazer todas as necessidades de seus clientes. A aplicação da análise em tempo real capacita os funcionários a coletar, processar, analisar e visualizar dados e obter uma visão real dos serviços que prestam e do nível de satisfação de seus clientes. É muito mais fácil tirar conclusões e identificar os assuntos para melhorias adicionais, com base nos resultados de análises precisas.

Resposta de emergência

A capacidade de incorporar dados de várias fontes oferece uma vantagem significativa para governos e autoridades locais em condições de emergência. A análise em tempo real ajuda a tomar decisões imediatas em situações estressantes. O controle sobre vários canais de comunicação e o uso de ferramentas inteligentes que reconhecem possíveis ameaças e enviam alarmes permitem às autoridades locais avisar os cidadãos e aconselhá-los sobre ações adicionais.

Conclusão

Levando em consideração todas as instâncias mencionadas em nossos principais casos de uso de ciência de dados no governo, é bastante evidente que as vantagens são numerosas. Eles estão começando com a redução do tempo para resolver um único problema e terminando com a capacidade de evitar casos desastrosos. Tudo isso cai sob a competência da ciência de dados e seu uso inteligente. O leque de possibilidades é vasto.

O big data melhora o setor governamental. Os cidadãos comuns sentem resultados práticos dessas mudanças em suas vidas diárias e serviços prestados pelo Estado. Esperamos que ainda mais mudanças positivas ainda estejam por vir e tragam mudanças positivas para os estados em todo o mundo.

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Redes Neurais

Como estimar a idade das pessoas usando redes neurais convolucionais

Nos últimos anos, os pesquisadores criaram um número crescente de técnicas de reconhecimento facial baseadas em aprendizado de máquina (ML), que podem ter inúmeras aplicações interessantes, por exemplo, aprimorando o monitoramento de vigilância, controle de segurança e arte potencialmente forense. Além do reconhecimento facial, os avanços no ML também permitiram o desenvolvimento de ferramentas para prever ou estimar qualidades específicas (por exemplo, sexo ou idade) de uma pessoa, analisando imagens de seus rostos.

Em um estudo recente, pesquisadores da Universidade de Kwazulu-Natal, na África do Sul, desenvolveram um modelo de machine learning para estimar a idade das pessoas analisando imagens de seus rostos tirados em ambientes aleatórios da vida real. Essa nova arquitetura foi introduzida em um artigo publicado no Springer e apresentado há alguns dias na Conferência Internacional sobre Inteligência Coletiva Computacional (ICCCI) 2019.

As abordagens mais tradicionais para classificação etária somente têm bom desempenho ao analisar imagens de rosto tiradas em ambientes controlados, por exemplo, no laboratório ou em estúdios de fotografia. Por outro lado, muito poucos deles são capazes de estimar a idade das pessoas em imagens tiradas em ambientes cotidianos reais.

“Os métodos de aprendizado profundo provaram ser eficazes na solução desse problema, especialmente com a disponibilidade de uma grande quantidade de dados para treinamento e máquinas de ponta”, escreveram os pesquisadores em seu artigo. “Em vista disso, propomos uma solução de aprendizado profundo para estimar a idade a partir de rostos da vida real”.

A equipe de pesquisadores da Universidade de Kwazulu-Natal desenvolveu uma arquitetura baseada em rede neural convolucional profunda (CNN) com seis camadas. Seu modelo foi treinado para estimar a idade dos indivíduos a partir de imagens de rostos tirados em ambientes não controlados. A arquitetura consegue isso aprendendo quais representações faciais são mais cruciais para a estimativa de idade e concentrando-se nesses recursos específicos.

A fase de pré-processamento da imagem. Crédito: Agbo-Ajala e Viriri.

Para melhorar o desempenho de seu modelo baseado na CNN, os pesquisadores o treinaram em um grande conjunto de dados chamado IMDB-WIKI, que contém mais de meio milhão de imagens de rostos tirados do IMDB e da Wikipedia, rotulados com a idade de cada sujeito. este treino inicial permitiu-lhes conformar sua arquitetura para enfrentar o conteúdo da imagem.

Posteriormente, os pesquisadores ajustaram o modelo usando imagens de outros dois bancos de dados, MORPH-II e OUI-Adience, treinando-o para captar peculiaridades e diferenças. O MORPH-II contém aproximadamente 70.000 imagens rotuladas de rostos, enquanto o OUI-Adience contém 26.580 imagens de rostos tiradas em ambientes ideais da vida real.

Quando eles avaliaram seu modelo em imagens tiradas em ambientes não controlados, os pesquisadores descobriram que esse extenso treinamento levou a um desempenho notável. Seu modelo alcançou resultados de última geração, superando vários outros métodos baseados na CNN para estimativa de idade.

“Nossas experiências demonstram a eficácia do nosso método para estimativa de idade na natureza quando avaliadas no benchmark OUI-Adience, que é conhecido por conter imagens de rostos adquiridos em condições ideais e sem restrições “, escreveram os pesquisadores.” O método de classificação etária proposto alcança novos resultados de última geração, com uma melhoria na precisão de 8,6% (exato) e 3,4% (pontual) em relação ao melhor resultado relatado no conjunto de dados OUI-Adience “.

No futuro, a nova arquitetura baseada na CNN desenvolvida por esses pesquisadores poderá permitir implementações de estimativa de idade mais eficazes em uma variedade de configurações da vida real. A equipe também planeja adicionar camadas ao modelo e treiná-lo em outros conjuntos de dados de imagens de rosto tiradas em ambientes não controlados assim que estiverem disponíveis, a fim de melhorar ainda mais seu desempenho.

 

Mais Informações:
Olatunbosun Agbo-Ajala et al. Age Estimation of Real-Time Faces Using Convolutional Neural Network, Computational Collective Intelligence (2019). DOI: 10.1007/978-3-030-28377-3_26
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