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Conheça o Programa Cientista-Chefe do Governo do Ceará

Você sabe o que é o programa Cientista-Chefe e qual a sua função na gestão pública? Conheça agora essa importante iniciativa que alia Universidade e Governo.

Em suma, o programa Cientista-chefe é uma iniciativa da  Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) juntamente com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o governo do estado do Ceará. Assim, o projeto é composto por pesquisadores e cientistas que atuam em secretarias e órgãos estratégicos do Governo do Estado do Ceará.

Inicialmente, o intuito da equipe de pesquisadores e cientistas é proporcionar à população uma melhoria nos serviços públicos e assim, na qualidade de vida da população através de novas tecnologias e aprimoramento de serviços existentes.

O programa é inspirado em modelos de sucesso fora do país, por exemplo, os Estados Unidos que possuem o programa Office of Chief Scientist. Assim como o projeto cearense, o escritório americano tem o papel de fornecer contribuições científicas, além de estabelecer o vínculo entre o conhecimento científico produzido nas universidades e o poder público. 

Como resultado do excelente trabalho desenvolvido pelo projeto, no início de 2021 o governador do Ceará, Camilo Santana, sancionou o projeto de lei que regulamenta e, assim, torna o programa Cientista-Chefe uma política de Estado.

Áreas de atuação 

Cada área é coordenada por um cientista-chefe, indicado após avaliação de critérios como produção científica, formação e ligação com núcleos de pesquisa de alto nível. A classificação foi realizada de acordo com a Capes para especificar cursos de excelência em instituições cearenses. Desse modo, o programa atua em áreas estratégias da gestão pública como:

  1. Dados e Transformação Digital
  2. Saúde, 
  3. Segurança Pública,
  4. Educação, 
  5. Ciência de Dados, 
  6. Energia, 
  7. Infraestrutura Viária, 
  8. Pesca e Aquicultura, 
  9. Recursos Hídricos, 
  10. Proteção Social, 
  11. Ecossistema de Inovação, 
  12. Meio Ambiente, 
  13. Aquicultura e Pesca Artesanal, 
  14. Judiciário,
  15. Agricultura e 
  16. Economia.

Fonte: ceara.gov.br

Cientista-chefe no Insight

Além de ser coordenador do Insight, José Macêdo é também o cientista-chefe na área de Dados da Transformação Digital do Governo do Ceará e professor associado do Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará (UFC). Macêdo, que também já foi cientista-chefe da área de Segurança é mestre e doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) realizou seu pós-doutorado na EPFL com a pesquisa: Processamento de Dados em Larga Escala em Nuvens Computacionais.

O programa cientista-chefe atua na Casa Civil com o projeto de Transformação Digital em parceria com o laboratório Íris – Laboratório de Inovação e Dados. Juntos, o Íris e o programa Cientista-chefe desenvolvem ações para acelerar a digitalização de serviços públicos do governo cearense.

Benefícios do Programa à sociedade

O projeto Cientista-chefe na área de segurança pública tem como objetivo, principalmente, realizar estudos científicos para aplicar soluções tecnológicas de identificação humana (civil e criminal) e veicular. Dessa forma, um dos  principais resultados é a plataforma Big Data para integração de dados. Ou seja, um ambiente onde materiais como vídeos, áudios, imagens e dados de redes sociais são analisados em tempo real.

As iniciativas têm relação direta com os resultados positivos obtidos pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), como redução no número de homicídios, roubos de veículos e assaltos. Além disso, os sistemas de inteligência ajudam a rastrear as atividades do primeiro e do segundo escalões do crime organizado, que hoje representam um dos maiores desafios para a área de segurança do Brasil.

Com o mesmo intuito de combater a criminalidade O Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia), ferramenta criada pela SSPDS em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Insight permite fazer a leitura de placas veiculares e identificar veículos furtados, roubados e clonados. A ferramenta é um forte aliado nas atuações das forças de segurança contra as ações criminosas e nas reduções dos índices criminais. Em 2018, Fortaleza registrou a maior redução no número de roubos de veículos desde 2011 com uma redução de 16,3%. Nesse mesmo ano mais de 92% dos carros e motos subtraídos em ações criminosas foram recuperados pelas forças de segurança em todo o território cearense.

Fonte: Governo do Ceará e O Povo.

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Ceará Segurança Pública

Homicídios caem pela metade no Ceará em 2019; menor resultado em uma década

O último mês de dezembro seguiu a tendência de redução no número de assassinatos no Estado. Com isso, o ano de 2019 se encerrou como o menos violento nesse quesito em toda a década no Ceará. Ao todo, no ano passado, 2.257 pessoas foram vítimas de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) — que incluem homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios. Em 2018, esse número havia sido pouco mais que o dobro: 4.518 casos.

O resultado é o melhor desde que os dados passaram a ser disponibilizados, em 2009. Naquele ano, haviam sido registrados 2.262 CVLIs. Os números foram divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Em entrevista coletiva, o secretário André Costa comemorou os números, embora tenha ressaltado, mais uma vez, que não estava “satisfeito” e continuaria trabalhando para reduzir ainda mais os índices.

Ele também voltou a creditar a redução ao trabalho dos órgãos de segurança, sobretudo, aos servidores. Segundo o secretário, contribuíram para os bons resultados ações como patrulhamento ostensivo e preventivo em áreas disputadas por facções. De acordo com a SSPDS, são 29 as bases do Programa de Proteção Territorial e Gestão de Riscos (Proteger) em Fortaleza e Caucaia. Os contêineres, face mais visível do Proteger, são instalados, conforme a SSPDS, em regiões que registram altos índices de homicídios e vulnerabilidade social.

Uma das comunidades que recebeu o programa, a do Sossego, no bairro Quintino Cunha, exemplificou Costa, não registra homicídios há mais de um ano. O secretário destacou ainda que a Polícia Civil tem trabalho focado no monitoramento de alvos com maior “influência” na criminalidade desses territórios. Ainda afirmou que a catalogação dos locais de maior índice de criminalidade favorecem ações sociais.

“A gente tem conseguido, com o estudo que a Supesp (Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública do Estado do Ceará) fez, alinhar com a SPS (Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos) para que a gente possa direcionar mais ações sociais nesses territórios, também com grande apoio da Prefeitura de Fortaleza”, disse Costa, citando ações como bolsas de estudos e estágios e melhorias urbanísticas.

O titular da Supesp, Aloísio Lira, também presente à coletiva, afirma que as melhorias nos índices de criminalidades têm relação com a adoção por parte do Estado de uma política de ciências policiais. Ou seja, a Academia foi “trazida para dentro da segurança”, impactando de forma definitiva a forma como os crimes estão sendo lidos no Ceará. “Hoje, temos uma gestão voltadas a dados. Não é uma novidade no mundo, mas no Brasil é uma coisa inovadora. Isso faz com que a gente tenha uma gestão muito mais precisa”, explicou.

Fortaleza foi a região que mais reduziu homicídios no ano entre as quatro regiões que a SSPDS divide o Estado. Conforme a SSPDS, a queda foi de 55,3%, saindo de 1.482 crimes para 663. Todas as demais regiões também apresentaram melhoria. O segundo território com melhor resultado foi Interior Norte, com retração de 53,1%, indo de 902 para 423.

Em dezembro, foram registrados 205 CVLIs no Estado. Em dezembro do ano passado, haviam sido 328. Interior Norte e Região Metropolitana foram as regiões com as maiores retrações. A primeira apresentou 46,7% a menos, passando de 60 crimes para 32. Já a segunda, com taxa de redução de 45,6%, teve uma queda de 114 mortes para 62. Na Capital, a retração foi de 42,1%, indo de 95 para 55. No Interior Sul, a queda foi de 5,1%, diminuindo de 59 para 56.

Foto: Davi Pinheiro/ Governo do Estado do Ceará

Fonte: OPOVO
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Ciência de Dados Segurança Pública Tecnologia

Mobilidade do crime: ciência e tecnologia na área da segurança pública

* Por Aloísio Lira

A Segurança Pública está intrinsecamente ligada à cultura e ao cotidiano social. E o crime se vale de comportamentos e janelas de oportunidades para ser consumado. Diante disso, o crescimento desordenado das cidades, o aumento dos aglomerados subnormais e das áreas de patrulhamento impuseram novos desafios à administração pública. Tornou-se economicamente inviável manter um efetivo capaz de “saturar” todas as áreas críticas.

Hoje é economicamente inviável manter efetivos para monitorar todas as áreas; no Ceará, foram agregadas mais tecnologia e inteligência de cenários às atividades rotineiras.

Os modelos de policiamento unicamente estatísticos, os famosos “hotspots”, começaram a ruir quando a criminalidade, devido à popularização do uso do veículo automotor, passou a utilizar o vetor mobilidade e manobrabilidade em suas práticas delitivas, causando um reativismo difuso do policiamento.

A  identificação dessa mudança no comportamento delitivo e a necessidade de adequação do policiamento a esse novo padrão, integram o conceito de Mobilidade do Crime, serão apresentadas aqui de maneira resumida.

Para evidenciar o conceito e demonstrar a necessidade de se criar um novo modelo de policiamento, apresentamos abaixo o mapa isócrono (Figura 1) de uma conduta delitiva. A imagem demonstra que a execução do crime está mais associada à motivação do agressor e às condições de vulnerabilidade da vítima do que a “hotspots”.

Figura 1 apresenta dois pontos, que correspondem a sensores integrados ao SPIA (Sistema Policial Indicativo de Abordagem). O veículo monitorado foi utilizado no cometimento de um delito entre os pontos 1 e 2, levando aproximadamente 5 minutos para se deslocar entre as duas localidades.

Considerando a manobrabilidade que esses infratores teriam num intervalo de 5 minutos após passar pelo ponto 1, o delito poderia ter sido cometido em qualquer posição da área demarcada pela cor amarela no mapa. Dito de outro modo, partindo do ponto 1 e levando em consideração os 5 minutos utilizados para o cometimento do delito e a fuga, esses infratores poderiam atuar em uma área correspondente a 7,66 km².

(1) Mapa isócrono de uma conduta delitiva real ocorrida em 2018 em Aracati/CE. Fonte: SUPESP-CE

É impossível, com tamanha área de manobrabilidade, imaginar que uma viatura posicionada em determinado ponto da cidade seria capaz de prevenir o cometimento de um crime pretendido por um infrator motivado, uma vez que este aguardaria o momento oportuno, em que houvesse a vulnerabilidade da vítima e a ausência de policiamento para o cometimento da infração. Não estamos, com isso, querendo dizer que a presença policial não previne o cometimento de infrações, mas demonstrar que essa prevenção é bastante limitada.

Para fazer frente a esse desafio, o Estado do Ceará começou a repensar sua estratégia de Segurança Pública e a agregar mais tecnologia e inteligência de cenários às atividades rotineiras, cujo primeiro projeto foi a Política de Combate à Mobilidade do Crime.

O combate à Mobilidade do Crime, resultado da integração entre a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará e a Polícia Rodoviária Federal do Ceará, apoia-se em 3 pilares:

  • O Sistema Policial de Indicativo de Abordagem (SPIA), uma inteligência artificial que integra diversos sensores espalhados pela cidade e tem a capacidade de localizar veículos envolvidos em delitos, em tempo real;
  • A montagem de cercos inteligentes pelos operadores da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS) que, ao receberem a localização de veículos suspeitos pelo SPIA, orientam as viaturas para o trabalho de cerco e captura através do sistema de videomonitoramento;
  • E o aumento do efetivo policial para motopoliciamento, o que permite uma maior mobilidade da Polícia Militar nas ocorrências, culminando com a redução no tempo de resposta às ocorrências.

Dessa simbiose entre homem e tecnologia, que possui similaridades com a indústria 4.0, o Estado do Ceará vem colhendo os frutos de 28 meses de redução nos roubos de veículos e roubos de maneira geral, como pode ser verificado nos Gráficos 1 e 2. A redução dos roubos de maneira geral se deu principalmente porque, como exemplificamos acima, o veículo serve como meio logístico para o cometimento da maioria dos delitos.

Fica evidente, portanto, que, ao “quebrar” a “mobilidade do criminoso”, o seu raio de atuação se torna cada vez mais limitado, mais próximo do local onde reside ou se homizia, facilitando o planejamento e a concentração do policiamento em locais estratégicos.

Gráfico 1 – Evolução do CVP no Ceará entre 2017 e 2019 após o início da Política de Combate a Mobilidade do Crime. Fonte: GEESP/SUPESP-CE
Gráfico 2 – Evolução dos crimes de roubo de veículos no Ceará entre 2017 e 2019 após o início da Política de Combate a Mobilidade do Crime. Fonte: GEESP/SUPESP-CE

Em linhas gerais buscamos mostrar, a partir das informações apresentadas, como o uso da ciência policial e da tecnologia podem fazer uma grande diferença no planejamento de uma Estratégia de Segurança Pública moderna. O impacto começa a surgir com força. Em um exercício preliminar, utilizando parâmetros de custos da violência da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), estimamos uma redução em cerca de 1,3 bi de gastos diretos devido a redução dos roubos de veículos, custos dos seguros e homicídios.

* Aloísio Lira é Superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública do Ceará, Agente Especial de Polícia Rodoviária Federal e vice-presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública do Ceará

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Ceará Governo Inovação Tecnologia

Governo do Ceará discute estratégias para melhorar a eficiência do serviço público

Secretários e assessores técnicos do Governo do Estado do Ceará assistiram, nesta quinta-feira (28), a uma palestra sobre eficiência no serviço público. Ministrada por André Tamura, fundador e diretor executivo da WeGov, o encontro tratou também sobre inovação no setor público, principal área de atuação da empresa. Até o próximo sábado (30), o grupo de trabalho fará uma imersão no tema para montar um plano de ações para diversas áreas do Estado.

“Inicialmente, vamos falar do que representa a inovação no setor público não só para o trabalho dos servidores, mas na entrega de serviços para a população. Vamos apontar tendências, tratar sobre conceitos e montar algumas estratégias”, disse Tamura.

Transformação digital do Ceará

O evento ocorre como parte do plano de transformação digital do Ceará. Conforme José Macêdo, cientista chefe de dados do projeto, a ideia é criar um grande banco de dados no Estado, integrar informações disponíveis entre as secretarias, aperfeiçoar digitalmente os serviços ofertados à população e capacitar os operadores desses sistemas. “Queremos capilarizar a inovação em todo o Governo e estamos trilhando esse caminho”, disse.

“Trouxemos a WeGov, empresa focada em laboratórios de inovação para serviços públicos, para fazer algumas dinâmicas com secretários e levantar questões sobre o que é inovação no setor público. Isso dentro do contexto de sermos agentes catalisadores dos serviços prestados à população”, completou Macêdo.

Inovação no serviço público

Em sua fala ao público, André Tamura ressaltou a necessidade de que os governos invistam em inovação e tecnologia para atender a população. “É um fato, a disponibilidade de tecnologia está muito alta e essa diferença de tempo entre as organizações privadas e públicas tem diminuído. Essa mudança, não só de tecnologia, mas de comportamento dos servidores, é urgente e necessária para melhorar a vida das pessoas”, apontou.

O palestrante também apresentou algumas experiências internacionais e destacou a tendência de mudança na percepção sobre o serviço público. “Ao longo dos últimos dez anos, têm surgido histórias de governos supereficientes entregando bom serviço à população e aos poucos essas histórias vão tomar conta do imaginário”, concluiu.

Para o secretário chefe da Casa Civil, Élcio Batista, a imersão no tema, até sábado, será importante para o planejamento dos próximos 37 meses de gestão. “Estamos aqui nessa jornada de transformação digital. Todos nós aqui somos importantes para iniciar esse processo de mudança dentro do setor público, no caso, no nosso Governo do Ceará”, afirmou, acrescentando que os servidores sentirão orgulho de contribuir para transformar o Governo do Ceará no mais inovador do país, desafio posto pelo governador Camilo Santana.

“Será uma vitória maravilhosa e que dará orgulho para os servidores públicos quando os cidadãos reconhecerem o trabalho do serviço público. Orgulho em fazer parte do processo em que os cidadãos começam a mudar a percepção sobre o serviço público, que ele não é mais burocrático, não é mais decidido no birô e que os servidores públicos estão entregando com muito mais velocidade, agilidade e com muito mais qualidade, apoiados pela tecnologia”, destacou.

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Ceará Governo Segurança Pública

Roubos de veículos no Ceará registram 46% de queda em 2019

Com mais um mês de números positivos, o Ceará já registra uma queda de 46% no acumulado de janeiro a outubro deste ano, conforme os dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Neste ano, foram 4.252 veículos subtraídos em ações criminosas, enquanto, no ano passado, esse número foi de 7.929. Considerando somente o mês de outubro, a queda foi de 45%, indo de 855 para 469 casos.

Os demais meses também registraram queda nos indicadores criminais. Setembro foi de 699 veículos subtraídos, no ano passado, para 356, correspondendo a 49%. Já agosto, por exemplo, caiu de 637 para 417, correspondendo à redução de 35%. Em julho, a redução foi de 42%, caindo de 696 para 401 roubos de veículos. Em junho, a diminuição foi de 41%, indo de 768 para 454.

Em maio, foram 50% a menos, passando de 860 para 429. Em seguida, vem o mês de abril, que passou de 816 casos para 442, o que corresponde a uma redução de 46%. A retração aconteceu também em março, quando os 913 roubos de carros em 2018 caíram para 472 neste ano, correspondendo a uma redução de 48%. Em fevereiro, a queda foi de 49%, indo de 794 para 405. Por último, janeiro, que registrou a maior queda percentual em um mês, com 54% de diminuição, saindo de 891 para 407 casos.

“Esses números acompanham uma tendência de queda desde 2017, quando começamos a reduzir os roubos de veículos. Foi também nessa época que iniciamos o uso de uma nova estratégia, que é conhecida por estratégia de combate à mobilidade do crime. Foi algo criado aqui no Ceará e que impactou, por exemplo, em 29 meses seguidos de redução consistente nesse índice na Capital e no Ceará”, destacou André Costa, secretário da SSPDS.

Recuperações de veículos

Com os investimentos feitos pelo Governo do Estado no combate aos crimes de mobilidade, a Secretaria da Segurança registrou também um aumento na recuperação de veículos subtraídos em ações criminosas. Com as instalações de mais de 3.300 câmeras de videomonitoramento em todo o Ceará, aliadas ao Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia) e à ampliação do motopatrulhamento da Polícia Militar do Ceará (PMCE), como o Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio), o índice de recuperação já corresponde a 76%. Ou seja, em comparação aos 7.974 carros e motocicletas roubadas ou furtadas, as Forças de Segurança recuperaram, em 2019, 6.027 bens automotores.

“Essa inteligência artificial, que é chamada de Spia, detecta automaticamente a presença desses veículos roubados ou furtados, seja nas ruas de Fortaleza, nas rodovias estaduais e federais, ou nas cidades do interior. Essa ferramenta alerta aos policiais, que passam a buscar essas imagens nas câmeras de videomonitoramento, que foi outro grande investimento feito pelo Governo do Ceará. Nós saímos de 164 câmeras só na Capital para mais de 3.300 em 44 cidades do Estado”, explicou o secretário.

 

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Ceará Segurança

Homicídios de adolescentes têm redução de quase 65% no Ceará

Em teve tempo de planejar a vida direito porque uma bala atravessou seu corpo e sua história, marcando um ponto final ali, onde era para ter só mais uma vírgula. A narrativa de crianças e adolescentes assassinados é dolorosa e se repetiu, pelo menos, 127 vezes no Ceará, de janeiro a outubro de 2019, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Ainda que nenhuma perda se justifique, o número representa uma redução de 64,6% nas mortes da população cearense entre 12 a 17 anos, quando comparado aos 359 casos registrados em igual período do ano passado.

A diminuição também está no radar do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA), que, por sua vez, considera o intervalo dos 10 aos 19 anos de idade. A entidade utiliza as informações da SSPDS para contabilização. Conforme os registros diários de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) da Pasta, ampliando a faixa, o número cresce para 185, de janeiro a outubro.

Queda

Passados dez meses de 2019, o número marca uma queda brusca em relação aos 829 homicídios de jovens ocorridos em todo o ano de 2018, e fica ainda mais distante dos 981 assassinatos da mesma faixa etária, em 2017. No ano anterior, 2016, quando o Comitê foi instalado, foram 655 casos. O CCPHA indica que, de 2011 a 2018, chegou a 7.251 o número de homicídios de meninos e meninas com menos de 20 anos no Estado.

Para o sociólogo e coordenador técnico do Comitê, Thiago Holanda, a redução pode estar relacionada à resposta do Estado à crescente de homicídios vivenciada até 2017. Ele aponta o policiamento mais ostensivo e a reorganização do Sistema Penitenciário, com reflexos diretos nos territórios influenciados por grupos criminosos, como fatores importantes para mudanças na dinâmica do crime no Ceará. Ainda assim, o sociólogo recomenda cautela.

“O que a gente não consegue avaliar é qual vai ser o efeito disso depois, se isso se sustenta. Desde 2014, a gente foi tendo uma queda. Em 2016, quando volta a matança, ela atinge sobretudo a juventude mais vulnerável: são jovens que estão fora da escola, ou tiveram passagem pelo socioeducativo, ou tiveram poucas oportunidades de trabalho”, explica, caracterizando as vítimas como “uma juventude de direitos negados”.

Quadro

O entendimento é reforçado pela advogada Julianne Melo, vice-presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, da OAB-CE. “Apesar da redução, ainda não se pode dizer que ela é consistente, que ela pode perdurar. O Comitê tem uma série de recomendações para o estabelecimento de políticas públicas, de assistência social, educacionais, de saúde, que pudessem alterar esse quadro. Os vulneráveis a ameaças e à morte precisam de uma série de investimentos, notadamente orçamentários”, destaca.

As ausências são sentidas principalmente pela juventude periférica, segundo Dudu Souza, integrante do coletivo e produtora VetinFlix. “Tem muito de acharem que a juventude entra na criminalidade porque quer. A maioria, quando cai, é por falta de opção, de estrutura. A juventude periférica é esquecida”, considera ele, que ajuda a produzir uma série para a internet em contraponto à imagem das favelas em outras narrativas televisivas.

“A criminalidade tem tudo a ver com a desigualdade. Se a criança tiver oportunidade, ela não vai entrar no crime. A solução pra violência não é a bala, é a oportunidade. Queremos passar pra juventude que eu sou ‘vetin’, falando como ‘vetin’, tô tendo oportunidade de expressar minha arte e nem por isso vou virar bandido. A série parece ser pesada, mas a nossa realidade é pesada”, afirma.

Classificação

Realidade essa investigada por Glória Diógenes, socióloga e coordenadora do Laboratório das Artes e das Juventudes (Lajus), da Universidade Federal do Ceará (UFC), com 150 jovens do Grande Bom Jardim classificados comumente como “nem-nem-nem”: que não estudam, trabalham ou demonstram interesse em retomar a escola ou buscar uma ocupação. Contudo, a partir das entrevistas, ela percebeu que, na verdade, eles são “muito ocupados e mal classificados”.

“Se a gente pergunta se eles estão trabalhando, eles dizem que não. Mas se pergunta se eles tem algum ‘trampo’, eles dizem que sim”, resume. A lista inclui trabalhos em feira, lavagem de roupas e carros, venda de cosméticos e marmitas, costura, cuidados de idosos e serviços gerais. “A primeira coisa é rediscutir o estigma que paira sobre esses jovens, que chamamos de ‘geração N’, em vez de ‘nem-nem-nem’, porque eles dizem ‘não’ ao ‘não’ que é imposto a eles”, reflete Glória.

Conforme a pesquisadora, 72% dos entrevistados declararam que gostariam de voltar à escola, e 80%, que têm vontade de trabalhar. “Mas que trabalho? Os principais interesses deles fogem de uma carreira linear, e se adere a uma ideia de projeto. Eles sonham em ser pequenos empreendedores”, conta. “No aspecto preventivo, a primeira coisa que as políticas públicas deveriam fazer era escutar esses jovens para entender o que eles querem, o que eles podem, o que sabem, e, daí potencializar outras soluções”, reflete.

Em nota, a SSPDS destacou que, além de ações de Segurança Pública, o Governo tem pensado em melhorias e construção de praças públicas, escolas e postos de saúde e a instalação de bases fixas do Programa de Proteção Territorial e Gestão de Riscos (Proteger) da Polícia Militar. Quanto ao fortalecimento do espaço escolar como fator de prevenção à violência, informa que o Estado prioriza a expansão das Escolas de Educação Profissional e de Tempo Integral.

*Foto capa: Kid Júnior

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Segurança Pública

Com 52,2% de redução em 2019, Ceará chega ao 19° mês de redução nos CVLIs

O Ceará chegou, em outubro, ao seu 19° mês de redução nas estatísticas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), conforme dados apresentados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE), nesta quarta-feira (13). Já Fortaleza está em seu 20° período de diminuição no mesmo índice criminal. O resultado é proveniente dos números positivos, alcançados mês a mês, e que impactaram diretamente no balanço de 2019 (janeiro a outubro). A queda neste ano é de 52,2% se comparado ao mesmo período de 2018. Foram 2.017 mortes a menos em todo o território cearense.

Nos dez primeiros meses do ano passado foram contabilizados 3.864 CVLIs. No mesmo período deste ano, aconteceram 1.847 crimes. Entre as regiões, a que registrou melhor resultado foi Fortaleza, com queda de 57,2%, indo de 1.282 para 549. Em seguida, vem a Região Norte, com retração de 53,5%, caindo de 770 para 358. A Região Metropolitana da Capital reduziu em 49% os CVLIs, indo de 1.112 para 567. Por fim, está a redução de 46,7% no Interior Sul, onde os CVLIs caíram de 700 para 373.

“O Ceará alcança em dez meses, o menor número de CVLIs em toda a sua série histórica. Até então, o menor número de homicídios era o ano de 2009, quando foram registrados 1.881 crimes. Então isso é fruto de muito trabalho e de investimentos, capitaneados pelo governador Camilo Santana, nas forças de segurança, além do trabalho bastante integrado com a área de proteção social do Estado e com a Secretaria da Administração Penitenciária”, destacou André Costa, secretário da SSPDS, que ressaltou ainda a meta para os últimos meses do ano. “Continuaremos trabalhando com muita força para fechar o ano de 2019 com o menor número de homicídios de toda a década”, finalizou.

Outubro

No 10° mês do ano, Fortaleza teve uma queda de 56,8%, indo de 125 mortes em outubro do ano passado para 54 o mesmo mês deste ano. Entre as regiões do Ceará, a Capital foi o território com maior queda percentual. Em segundo vem o Interior Norte, com 52,1% de retração, caindo de 71 para 34 CVLIs. A Região Metropolitana foi de 108 crimes para 52 (-51,9%), e o Interior Sul, de 59 mortes, ano passado, para 36 em outubro de 2019 (-39%). No balanço do Ceará, a queda foi de 51,5%, de 363 para 176.

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Ceará Segurança UFC

UFCTV destaca a participação da UFC nas novas estratégias de segurança do Ceará

A UFCTV nos convidou para falar sobre algumas das estratégias que estão sendo aplicadas na segurança pública do Ceará. O Insight Lab tem atuado em parceria com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) na aplicação de soluções da área de Ciências de Dados no combate ao crime. Para esse fim, ferramentas, como o aplicativo Portal de Comando Avançado (PCA), também estão sendo desenvolvidas.

Confira a reportagem:

 

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Big Data Inteligência Artificial Segurança Pública UFC

UFC está entre as melhores do mundo no ensino de engenharias e de ciência da computação

O Brasil tem 32 representantes na lista das melhores instituições de ensino de engenharia do mundo, segundo o ranking da Times Higher Education (THE) 2020. E a Universidade Federal do Ceará está entre elas, compartilhando posição com outras 10 instituições, todas do eixo Sul-Sudeste.

A THE divulga, anualmente, um dos principais rankings universitários do mundo, o THE World Universities Rankings. Em paralelo, publica levantamentos por campo do conhecimento. Em um deles, são destacadas as melhores instituições de ensino nas áreas de engenharia geral, engenharia elétrica e eletrônica, engenharia mecânica e aeroespacial, engenharia civil e engenharia química.

Na edição de 2020, foram avaliadas 1.008 universidades, número superior ao da edição passada, que analisou 903 instituições. O Instituto de Tecnologia da Califórnia e a Universidade de Stanford compartilham o primeiro lugar geral. A partir da 100ª posição do ranking, as universidades são agrupadas por faixa. As brasileiras estão distribuídas em três faixas: 401-500, 601-800 e 801+.

UFC é a única instituição do Norte, Nordeste e Centro-Oeste a ocupar a faixa 601-800. As primeiras colocadas do Brasil no levantamento mundial, ocupando a faixa 401-500, são a Universidade de Campinas e a Universidade de São Paulo.

O reitor Cândido Albuquerque comemora o resultado. “Engenharia e computação são áreas nas quais nos destacamos e, mundialmente, são as áreas pelas quais as universidades se firmam”, avalia. Ele acrescenta que em ambos os campos de conhecimento a UFC tem realizado diversas parcerias, notadamente com o poder público, citando como exemplo o projeto Big Data e Inteligência Artificial.

Nele, a UFC desenvolve, em cooperação com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, ferramentas que irão compor o Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta. “Nosso desempenho nessas áreas é considerável, pois estamos à frente das instituições do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mas precisamos melhorar ainda mais”, enfatiza.

Funcionários da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança, CIOPS. CIOPS é localizado dentro do complexo da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, SSPDS, na avenida Bezerra de Menezes. Foto: Alex Gomes – Especial para O POVO/Alex Gomes – Especial para O POVO

CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO – Além das engenharias, a THE avaliou as melhores instituições de ensino de ciência da computação. Nesse levantamento, há 21 instituições brasileiras entre as 749 listadas, e a UFC também é destacada.

A Universidade Federal do Ceará ocupa a faixa 601+, ao lado de outras 12 instituições, como a Universidade de Brasília (UnB), a Federal da Bahia (UFBA), a Federal de Pernambuco (UFPE) e a do Paraná (UFPR).

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: (85) 3366 7331

Fonte:  UFC
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Big Data Ceará Inteligência Artificial Segurança Pública

Nova Estratégia de Segurança Pública do Governo do Ceará é apresentada na Câmara dos Deputados como referência nacional

Após se destacar nacionalmente na redução dos principais indicadores criminais, especialmente nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que já alcançam uma queda por 18 meses seguidos, o estado do Ceará, representado pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, apresentou o conceito da Nova Estratégia de Segurança Pública (Nesp) do Governo do Ceará, na Câmara dos Deputados, em Brasília/DF. A iniciativa foi um pedido do deputado federal de Minas Gerais, Doutor Frederico, que requereu uma audiência pública, com a presença do gestor cearense, na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, nesta quarta-feira (23).

Além de André Costa, o superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp) – órgão vinculado à SSPDS – e criador da teoria de combate à mobilidade do crime, Aloísio Lira; o secretário da Administração Penitenciária (SAP) do Estado do Ceará, Mauro Albuquerque; e o coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado da Pós-Graduação do Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor Antônio Macedo, também expuseram as estratégias montadas pela Segurança Pública do Ceará na construção de políticas públicas na área.

“A apresentação é para podermos expor toda a estratégia e o planejamento que tem sido feito no estado do Ceará. Vale destacar o trabalho que temos feito na área de tecnologia em segurança publica. Nós vamos apresentar os resultados que essas ações vem apresentado nas reduções de CVLI e CVP. Vamos colocar a disposição da comissão de segurança pública da Câmara dos Deputados para que possamos colaborar com qualquer proposta no legislativo, mas que possamos levar essa experiência no Ceará para os estados de origem e colaborar cada vez mais com a segurança publica em todo o País, destacou André Costa, antes de falar aos deputados e convidados.

A Nesp, que foi apresentada pelos gestores cearenses, consiste na criação de um novo caminho traçado pelo Governo, que visa o combate à violência no Estado por meio da integração, coordenação e responsabilização em diferentes níveis. Além do investimento em tecnologias da informação, em sistemas e dispositivos, construídos para somarem-se ao trabalho dos homens e mulheres que atuam na segurança pública, um dos pontos dentro da nova estratégia é a valorização e motivação dos profissionais. Junto ao trabalho feito pela SSPDS, há ainda as novas medidas dentro do sistema prisional e do sistema socioeducativo do Ceará, que impactam diretamente na queda dos índices criminais. Em paralelo às ações de segurança, há ainda o entendimento que o combate à violência não se limita apenas ao trabalho das polícias. Por isso, os pilares da Nesp também se baseiam em políticas públicas de educação, redução da pobreza, de cultura, esporte e de saúde.

“A ideia hoje é comentarmos sobre as boas praticas no estado do Ceará no uso de tecnologia do Big Data e inteligência artificial na Segurança Publica. Isso foi desenvolvido em parceria com a SSPDS, por meio do secretário André e o superintendente Aloisio Lira, no sentido de desenvolvermos uma solução customizada especificamente para os problemas de segurança pública do Estado. Essa arquitetura usou código aberto (plataformas abertas) customizadas para os problemas que a Secretaria quisesse atacar. Dentro da apresentação, eu pretendo mostrar a filosofia dessa arquitetura, mostrar que a tecnologia não é o fim, mas sim, um meio. Vamos discutir um pouco a necessidade de um projeto dessa envergadura ser totalmente alinhado com essa estratégia. Para fazermos um projeto de acordo com a realidade”, evidencia o professor Antônio Macedo, que coordenou os trabalhos integrados na UFC.

Essa não foi a primeira vez que a Secretaria da Segurança do Ceará apresentou o tema em Brasília. No dia 20 de agosto deste ano, André Costa já havia palestrado sobre o tema durante o Seminário de Boas Práticas em Tecnologia da Informação Voltadas à Segurança Pública. Na ocasião, quatro sistemas desenvolvidos pela SSPDS e UFC foram entregues à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que repassará as tecnologias que vêm contribuindo para os bons resultados em território cearense para as outras unidades da federação.

A expansão dos projetos cearenses para os demais estados brasileiros é capitaneada pelo MJSP e coordenado nacionalmente pelo secretário André Costa; pelo superintendente de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), Aloísio Lira; pelos professores doutores do Departamento de Computação da UFC, Antônio Macedo e Paulo Rêgo.

“Hoje, nós mostramos como os crimes evoluem e como a Segurança Pública deve acompanhar essa evolução. Apresentamos como o Ceará passou a repensar de forma diferente e se organizar para dar uma resposta à criminalidade e assim traçar novas estratégias. Explicando ainda como a tecnologia ajudou durante esse processo”, revela Aloísio Lira, superintendente da Supesp.

A construção de estratégias da SSPDS

Durante as suas apresentações, os representantes cearenses falaram sobre as ferramentas e estratégias construídas sobre três pontos importantes: mobilidade, território e ciência de dados. Os parlamentares conheceram, por meio de explicações técnicas e apresentação de números, quais as ações que estão em desenvolvimento graças à parceria entre SSPDS, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e demais instituições de ensino superior.

Uma das ferramentas apresentadas foi o Sistema Policial Indicativo de Abordagem (Spia), uma inteligência artificial desenvolvida pela SSPDS e PRF, que funciona em conjunto ao sistema de videomonitoramento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) da SSPDS, e suas mais de 3.300 câmeras em todo o Ceará. Atuando na identificação de carros e motocicletas roubados ou furtados, o Spia e os cercos inteligentes, realizados pela Polícia Militar, quebram um ciclo de ações criminosas que ocorreriam a bordo do veículo automotor, como a prática de novos roubos e até mesmo homicídios.

A utilização da ferramenta Spia e o aprimoramento da expertise policial impactaram na melhoria dos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP), que em setembro deste ano chegou ao 28° mês de queda. Nesse contexto, há ainda a redução de 64% nos roubos de cargas e a retração de 47% nos roubos de veículos, por exemplo.

A construção de ferramentas que ajudem na tomada de decisão também foi um tema abordado durante a audiência pública. Como exemplo, os presentes tiveram a oportunidade de entender sobre a funcionalidade do Big Data “Odin” e do seu painel analítico “Cerebum”. A ferramenta, que foi desenvolvida pela SSPDS e UFC, permite, entre outras coisas, uma análise profunda das estatísticas, sendo possível estratificar, com alta precisão, os crimes, bem como encontrar padrões que possam levar a predições.

Alimentado por mais de 100 sistemas dos órgãos de Segurança Pública do Estado e de instituições parceiras, o Odin possui mais de 90 bases de dados diferentes e é capaz de analisar milhares de tipos de dados diferentes, que ficarão à disposição dos gestores através de um painel analítico. Os sistemas foram remodelados para fornecer as informações, em tempo real, e facilitar o processo de investigação, inteligência e tomada de decisão.

Por último, os parlamentares conheceram o funcionamento do Portal do Comando Avançado (PCA), que é um aplicativo disponibilizado para os profissionais de segurança. Por meio desse mecanismo, é possível identificar possíveis suspeitos por meio do leitor biométrico conectado a um celular smartphone. O procedimento já é adotado no Ceará em situações em que o indivíduo não apresenta documento de identificação à composição. O próximo passo comentado durante a audiência pública, e que está em fase de teste, é o reconhecimento facial, feito por meio da câmera de um smartphone.

*Imagem: TV Câmara

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